UM DIA, BENTO...

Um dia, você vai virar pra mim e dizer: "tá, pai!", "já vou, pai", "ahhh, pai"...

E eu?! Eu vou lembrar, de todas as vezes em que você repetiu, como se fosse um mantra: "papapapapa" e que sorriu, em meio às lágrimas, porque eu apareci, respondendo o teu chamado.

Um dia, você vai ficar bravo, porque eu não te deixei fazer alguma coisa, vai entrar pro seu quarto e ficar sem falar comigo por uma tarde inteira...

E eu?! Eu vou lembrar, de todas as vezes, em que você não quis se separar de mim, nem por 5 minutos, pra eu ir ao banheiro.

Um dia, você vai pedir pra dormir na casa de um amigo, pra passar as férias na vó, pra viajar com os colegas da escola...

E eu?! Eu vou lembrar, de todas as noites, em que seu porto-seguro, a única razão do seu sono tranqüilo, era eu.

Um dia, você vai crescer...
e vai andar sozinho... Se virar sozinho.
Vai querer voar e de vez em quando, cair e se machucar, num lugar onde "um beijinho" meu, não vai fazer sarar.

E eu?! Eu vou pedir pro tempo voltar, pra estar no seu lugar, pra ser de novo, sua paz.

Mas, não vai acontecer.

Então, eu vou chorar. Do mesmo jeito que choro agora, escrevendo esta carta (post), só de lembrar que passarei por tal aflição.
Por você e com você, se precisar.
Vou estar lá, segurando sua mão, mesmo que só com o meu coração.
Vou te esperar voltar pra mim, no seu tempo, com o amor mais paciente...

Porque os filhos vão, mas eles sempre voltam.

Filho é barco.
Pai é cais.

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